Macroeconomia: uma
análise crítica
Os estudos macroeconômicos tiveram seu
início a partir da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, sendo a
primeira grande obra literária macroeconômica o livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda do economista britânico
John Maynard Keynes.
A Macroeconomia estuda o mercado em geral e
suas influências na determinação de políticas econômicas adotadas pelo governo, a fim de equacionar distorções por vezes surgidas devido a crises
internacionais, escassez ou excesso de produtos ofertados ao mercado. Seus
grandes agregados são renda e produtos, níveis de preço, emprego e desemprego,
estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxas de câmbio.
Fonte imagem: macroeconomia-2010.blogspot.com |
Os objetivos da macroeconomia são
principalmente em relação ao crescimento da produção e consumo,
o pleno emprego, a estabilidade de preços, o controle inflacionário
e uma balança comercial favorável.
A análise macroeconômica atual pode-se dizer
que é fruto de uma síntese resultante de seis décadas de profundos estudos
sobre os mecanismos de funcionamento da economia nacional. As escolas antigas
representativas do pensamento keynesiano chamada de “Ortodoxia Revolucionária”
e o pensamento clássico-monetarista denominada de “Ressurgimento Neoclássico”,
deram origem, respectivamente, as novas escolas “novo-keynesiana” e a
“novo-clássico” sendo que a consolidação desses pensamentos por essas duas
escolas, salvo alguns extremismos de ambas, formam o objeto da macroeconomia contemporânea.
A estrutura macroeconômica se compõe de
cinco mercados setoriais interligados, referentes ao produto, moeda, câmbio,
títulos e trabalho. Sendo que em cada um desses mercados, as forças de oferta e
procura determinam o preço de equilíbrio e as quantidades transacionadas,
possibilitando a análise dos efeitos de distúrbios e da política econômica. Pode-se
analisar que a interação dos mercados do produto, moeda, câmbio e títulos
produzirá a demanda agregada já a interação do mercado do trabalho com a função
de produção e processo de formação de expectativas gera a oferta agregada. E,
assim, com a interação da demanda e oferta agregadas será possível o estudo dos
problemas macroeconômicos, tais como: inflação, desemprego, crescimento e
ciclos econômicos e suas repercussões nos mercados setoriais.
Mercado de Produto ou Bens e Serviços:
determina o nível de produção agregada bem como o nível de preços e, ainda, as
variáveis de renda, produto nacional e de preços, consumo, poupança e
investimentos agregados e exportações e importações globais.
Para Garcia e Vasconcellos (2002, p. 90) “A
idéia seria a de idealizarmos a economia como se ela teoricamente produzisse
apenas um único bem, que seria obtido através da agregação dos diversos bens
produzidos.”
Mercado de Trabalho: Analisa e
explica a função do principal fator de produção – o elemento humano – e também
revela a interação entre empresas e trabalhadores na determinação dos níveis do
emprego, renda nacional e atividade econômica. É nesse mercado que se estudam
as causas do desemprego, nível salarial e capacidade produtiva do país, também
é nele que se encontram as explicações para os desníveis internacionais de
renda e para os problemas do desemprego estrutural e baixa produtividade que
assolam a economia brasileira.
Mercado de Moeda ou Monetário: analisa a
demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de
juros. Aqui, a igualdade entre a oferta e a demanda de moeda é que dá a
condição de equilíbrio no mercado monetário. E é ele que impõe, além da taxa de
juros, o estoque de moeda.
Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos superavitários que
possuem um nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem
gastos superiores ao seu nível de renda. Quando a oferta de títulos se iguala a
sua demanda, ocorre o equilíbrio desse mercado.
Mercado de Câmbio ou Divisas: depende das
exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de
importações e saída de capital financeiro.
Para que ocorra um equilíbrio nesse mercado a oferta de divisas – gerada
pelas exportações e entrada de capital – seja igual a sua demanda – gerada
pelas importações e saída de capital financeiro. A taxa de câmbio é a variável
determinada neste mercado que possui interferência do Banco Central, que fixa
ou deixa a taxa de câmbio flutuar.
As análises macroeconômicas consideram três
tipos de agente: as famílias, as empresas e o governo, cujos interesses e
ações, contidos nas leis de oferta e procura, interagem nos cinco mercados
macroeconômicos, determinando as quantidades e os preços dos bens e serviços
transacionais, que representam variáveis descritivas do comportamento da
economia nacional.
Por ser uma disciplina abrangente e realista
fornece uma visão geral do funcionamento do sistema econômico nacional buscando
em indicadores e estatísticas a revelação do comportamento das diversas
variáveis macroeconômicas, propiciando o acompanhamento dos problemas nacionais
e a análise da política econômica, comprovados diariamente através das
discussões dos problemas econômicos setoriais e nacionais em toda a mídia.
Esses indicadores e estatísticas são
levantados e publicados por órgãos públicos e privados, especialmente pelo
Governo Federal, IBGE, Banco Central do Brasil e Comissão de Valores
Mobiliários, do lado público, e pelas bolsas de valores, sindicatos trabalhistas
e patronais, do lado privado. Fazem a correlação do modelo esperado diante do
modelo realizado.
O comportamento de uma economia nacional
moderna sofre influência de uma infinidade de decisões tomadas pelos milhões de
indivíduos a cada instante. Aliado a isso se tem uma infinidade de fatores imprevisíveis
tais como: climáticos, políticos, escassez, excesso de produção, etc.
A política econômica pode ser usada com o
propósito de eliminar ou amenizar os efeitos indesejáveis dos distúrbios ou
para promover o sucesso de determinado objetivo, tais como: o crescimento
econômico, a redução do desemprego, a redistribuição da renda e/ou o combate à
inflação.
Dentro da política econômica podem-se destacar as políticas:
Dentro da política econômica podem-se destacar as políticas:
Fiscal, representada por variações no volume
do dispêndio governamental referente às despesas de investimento (obras
públicas) ou de custeio (pessoal e manutenção);
Tributária, constante de variações na
incidência de impostos e taxas, por meio da modificação das alíquotas ou da
criação de incentivos e subsídios de ordem tributária.
Monetária, representada por variações na
quantidade de moeda ou na base monetária, por meio de alterações nas reservas
bancárias, do volume da dívida federal interna, da taxa de redesconto e/ou do
saldo do balanço de pagamentos;
Social, consubstanciada nas variações no
volume do dispêndio referentes a programas de caráter social, tais como
educação, saúde, previdência e transferências às classes mais carentes;
Comercial Externa, constante de variações no
sistema de incentivos às exportações ou no mecanismo de licenciamento das
importações, de forma a afetar a balança comercial do país;
Cambial, consubstanciada nas variações da
taxa de câmbio nominal com o propósito de promover o equilíbrio ou o superávit
da balança de pagamentos;
Capital Estrangeiro, constante de
modificações nas condições de ingresso ou saída do capital estrangeiro, de
forma a afetar os fluxos desse capital no país.
Salário e emprego, consubstanciada na
cultura intervencionista do Governo Federal, caracterizando-se pelo
estabelecimento de reajustamentos salariais periódicos, orientados para
compensar os efeitos da inflação.
Trabalhista, está orientada para as áreas de
qualificação profissional do trabalhador, geração de emprego, combate ao
desemprego e à exploração do trabalho.
A correlação entre os objetivos da
macroeconomia e suas políticas se pode perceber nas medidas adotadas pelo
governo para alcançar as metas pré-estabelecidas entre o que foi planejado e o
que é possível fazer, uma vez que as políticas econômicas não são suficientes para alcançar os objetivos
macroeconômicos, pois os outros agentes precisam responder a essas políticas e
há, também, fatores não previsíveis como por exemplo: climáticos, econômicos
mundiais, etc. Faz-se necessário a intervenção do governo em determinados
momentos em que se desvirtuam do objetivo no sentido de regular a atividade
econômica e levar a economia ao pleno emprego.
Autoria: Célia Buarque
Autoria: Célia Buarque
Referências
LEITE,
José Alfredo A. Macroeconomia: Teoria,
Modelos e Instrumentos de Política Econômica. São Paulo: Atlas, 2000.
TROSTER, Roberto Luis; MOCHÓN, Francisco. Introdução
à Econômia. Ed. Rev e Atu. São Paulo: Makron Books, 2002.
AMADO, Adriana Moreira; MOLLO, Maria de Lourdes
Rollemberg. Noções de Macroeconomia:
Razões teóricas para as divergências entre os economistas. Barueri-SP:
Manole, 2003.
GARCIA,
Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2002.