quinta-feira, 28 de junho de 2012

Macroeconomia: uma análise crítica


Macroeconomia: uma análise crítica
Os estudos macroeconômicos tiveram seu início a partir da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, sendo a primeira grande obra literária macroeconômica o livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda do economista britânico John Maynard Keynes.
A Macroeconomia estuda o mercado em geral e suas influências na determinação de políticas econômicas adotadas pelo governo, a fim de equacionar distorções por vezes surgidas devido a crises internacionais, escassez ou excesso de produtos ofertados ao mercado. Seus grandes agregados são renda e produtos, níveis de preço, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxas de câmbio.

Fonte imagem: macroeconomia-2010.blogspot.com


Os objetivos da macroeconomia são principalmente em relação ao crescimento da produção e consumo, o pleno emprego, a estabilidade de preços, o controle inflacionário e uma balança comercial favorável.
A análise macroeconômica atual pode-se dizer que é fruto de uma síntese resultante de seis décadas de profundos estudos sobre os mecanismos de funcionamento da economia nacional. As escolas antigas representativas do pensamento keynesiano chamada de “Ortodoxia Revolucionária” e o pensamento clássico-monetarista denominada de “Ressurgimento Neoclássico”, deram origem, respectivamente, as novas escolas “novo-keynesiana” e a “novo-clássico” sendo que a consolidação desses pensamentos por essas duas escolas, salvo alguns extremismos de ambas, formam o objeto da macroeconomia contemporânea.
A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados setoriais interligados, referentes ao produto, moeda, câmbio, títulos e trabalho. Sendo que em cada um desses mercados, as forças de oferta e procura determinam o preço de equilíbrio e as quantidades transacionadas, possibilitando a análise dos efeitos de distúrbios e da política econômica. Pode-se analisar que a interação dos mercados do produto, moeda, câmbio e títulos produzirá a demanda agregada já a interação do mercado do trabalho com a função de produção e processo de formação de expectativas gera a oferta agregada. E, assim, com a interação da demanda e oferta agregadas será possível o estudo dos problemas macroeconômicos, tais como: inflação, desemprego, crescimento e ciclos econômicos e suas repercussões nos mercados setoriais.
Mercado de Produto ou Bens e Serviços: determina o nível de produção agregada bem como o nível de preços e, ainda, as variáveis de renda, produto nacional e de preços, consumo, poupança e investimentos agregados e exportações e importações globais.
Para Garcia e Vasconcellos (2002, p. 90) “A idéia seria a de idealizarmos a economia como se ela teoricamente produzisse apenas um único bem, que seria obtido através da agregação dos diversos bens produzidos.”
Mercado de Trabalho: Analisa e explica a função do principal fator de produção – o elemento humano – e também revela a interação entre empresas e trabalhadores na determinação dos níveis do emprego, renda nacional e atividade econômica. É nesse mercado que se estudam as causas do desemprego, nível salarial e capacidade produtiva do país, também é nele que se encontram as explicações para os desníveis internacionais de renda e para os problemas do desemprego estrutural e baixa produtividade que assolam a economia brasileira.
Mercado de Moeda ou Monetário: analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros. Aqui, a igualdade entre a oferta e a demanda de moeda é que dá a condição de equilíbrio no mercado monetário. E é ele que impõe, além da taxa de juros, o estoque de moeda.
Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda. Quando a oferta de títulos se iguala a sua demanda, ocorre o equilíbrio desse mercado.
Mercado de Câmbio ou Divisas: depende das exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.  Para que ocorra um equilíbrio nesse mercado a oferta de divisas – gerada pelas exportações e entrada de capital – seja igual a sua demanda – gerada pelas importações e saída de capital financeiro. A taxa de câmbio é a variável determinada neste mercado que possui interferência do Banco Central, que fixa ou deixa a taxa de câmbio flutuar.
As análises macroeconômicas consideram três tipos de agente: as famílias, as empresas e o governo, cujos interesses e ações, contidos nas leis de oferta e procura, interagem nos cinco mercados macroeconômicos, determinando as quantidades e os preços dos bens e serviços transacionais, que representam variáveis descritivas do comportamento da economia nacional.
Por ser uma disciplina abrangente e realista fornece uma visão geral do funcionamento do sistema econômico nacional buscando em indicadores e estatísticas a revelação do comportamento das diversas variáveis macroeconômicas, propiciando o acompanhamento dos problemas nacionais e a análise da política econômica, comprovados diariamente através das discussões dos problemas econômicos setoriais e nacionais em toda a mídia.
Esses indicadores e estatísticas são levantados e publicados por órgãos públicos e privados, especialmente pelo Governo Federal, IBGE, Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários, do lado público, e pelas bolsas de valores, sindicatos trabalhistas e patronais, do lado privado. Fazem a correlação do modelo esperado diante do modelo realizado.
O comportamento de uma economia nacional moderna sofre influência de uma infinidade de decisões tomadas pelos milhões de indivíduos a cada instante. Aliado a isso se tem uma infinidade de fatores imprevisíveis tais como: climáticos, políticos, escassez, excesso de produção, etc.
A política econômica pode ser usada com o propósito de eliminar ou amenizar os efeitos indesejáveis dos distúrbios ou para promover o sucesso de determinado objetivo, tais como: o crescimento econômico, a redução do desemprego, a redistribuição da renda e/ou o combate à inflação.
Dentro da política econômica podem-se destacar as políticas:
Fiscal, representada por variações no volume do dispêndio governamental referente às despesas de investimento (obras públicas) ou de custeio (pessoal e manutenção);
Tributária, constante de variações na incidência de impostos e taxas, por meio da modificação das alíquotas ou da criação de incentivos e subsídios de ordem tributária.
Monetária, representada por variações na quantidade de moeda ou na base monetária, por meio de alterações nas reservas bancárias, do volume da dívida federal interna, da taxa de redesconto e/ou do saldo do balanço de pagamentos;
Social, consubstanciada nas variações no volume do dispêndio referentes a programas de caráter social, tais como educação, saúde, previdência e transferências às classes mais carentes;
Comercial Externa, constante de variações no sistema de incentivos às exportações ou no mecanismo de licenciamento das importações, de forma a afetar a balança comercial do país;
Cambial, consubstanciada nas variações da taxa de câmbio nominal com o propósito de promover o equilíbrio ou o superávit da balança de pagamentos;
Capital Estrangeiro, constante de modificações nas condições de ingresso ou saída do capital estrangeiro, de forma a afetar os fluxos desse capital no país.
Salário e emprego, consubstanciada na cultura intervencionista do Governo Federal, caracterizando-se pelo estabelecimento de reajustamentos salariais periódicos, orientados para compensar os efeitos da inflação.
Trabalhista, está orientada para as áreas de qualificação profissional do trabalhador, geração de emprego, combate ao desemprego e à exploração do trabalho.
A correlação entre os objetivos da macroeconomia e suas políticas se pode perceber nas medidas adotadas pelo governo para alcançar as metas pré-estabelecidas entre o que foi planejado e o que é possível fazer, uma vez que as políticas econômicas não são suficientes para alcançar os objetivos macroeconômicos, pois os outros agentes precisam responder a essas políticas e há, também, fatores não previsíveis como por exemplo: climáticos, econômicos mundiais, etc. Faz-se necessário a intervenção do governo em determinados momentos em que se desvirtuam do objetivo no sentido de regular a atividade econômica e levar a economia ao pleno emprego.

Autoria: Célia Buarque 

Referências


LEITE, José Alfredo A. Macroeconomia: Teoria, Modelos e Instrumentos de Política Econômica. São Paulo: Atlas, 2000.
TROSTER, Roberto Luis; MOCHÓN, Francisco. Introdução à Econômia. Ed. Rev e Atu. São Paulo: Makron Books, 2002.
AMADO, Adriana Moreira; MOLLO, Maria de Lourdes Rollemberg. Noções de Macroeconomia: Razões teóricas para as divergências entre os economistas. Barueri-SP: Manole, 2003.
GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2002.

2 comentários:

  1. Estou vendo o quão está empenhada nos estudos, hein, amiga? Não irei atrapalhar. Passei apenas para deixar um abraço. Aproveito para te desejar muito sucesso em seus projetos de estudo. bjão. Fique em paz, você e a sua família.

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    1. Você é sempre bem vinda e nunca atrapalha. Realmente estou no último semestre do meu curso de administração já incorporando o título de administradora kkkkk. Este artigo escrevi no quarto período (2010.2) em meio as minhas tentativas de voltar a normalidade. Nada como me envolver em algo prazeroso e produtivo para superar as adversidades. Paz e bençãos para vc e sua família também... Não deixe de aparecer hein?

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