quarta-feira, 14 de julho de 2010

Resenha cap 3 - A NATUREZA VIVA NAS ORGANIZAÇÕES

 Resenha cap 3 - A NATUREZA VIVA NAS ORGANIZAÇÕES

Gareth Morgan retrata no capítulo 3, sob o título “A natureza entra em cena – As organizações vistas como organismos”, do livro “Imagens da Organização” publicado pela Editora Atlas S. A. São Paulo, em 1996, mais uma metáfora sobre os organismos vivos, e suas constantes mutações, que influenciam as organizações a interagirem com seu ambiente na tentativa de se adaptar a ele e satisfazer suas necessidades.

O autor nos fala que existem diferentes tipos de organizações em diferentes tipos de ambientes, ou seja, as organizações são adaptadas ao seu ambiente e sofrem interferência para que se auto-organizem, numa interação constante entre suas partes e o todo, influenciando e sendo influenciado. Cabendo ao administrador ter uma visão sistêmica e holística do meio em que está inserido para a sobrevivência da mesma. Percebe-se isso com mais ênfase em empresas cujos ambientes são extremamente mutantes.

Gareth Morgan cita muitos teóricos como Elton Mayo (estudos de Hawthorne) onde a teoria das Relações Humanas foi fundamentada. Desse estudo foram desenvolvidos muitos outros relacionados à motivação do ser humano no trabalho. Dentre os nomes que mais se destacaram estão Maslow e Herzberg.

As organizações passaram a ser vistas como um sistema sociotécnico (Tavistock). Quando se escolhe um sistema técnico ele sempre tem conseqüências humanas e vice-versa. Ludwig Von Bertalanffy, biólogo, deu origem à teoria dos sistemas, ao demonstrar a importância do ambiente para as organizações, onde passaram a ser considerado os sistemas abertos, ao contrário do mecanicismo, que via as organizações como sistemas fechados. Segundo Bertalanffy, os organismos vivos precisam interagir com o ambiente para se auto-regularem e manterem sua sobrevivência, nascimento, crescimento e morte (entropia).

Percebe-se que nas organizações não precisa ocorre todo o processo, ou seja, não precisam morrer e, sim, se adaptarem ao novo panorama (entropia negativa). Nesse novo panorama temos a teoria contingencial, que nos fala sobre o que pode ou não ocorrer e que as empresas precisam estar preparadas para tomadas de decisões dentro desse contexto.

Nomes como Tom Burn e G. M. Stalker sobressaíram por causa de um estudo que fizeram em duas fábricas, uma mecanista, pois o ambiente era estável e outra orgânica, cujo ambiente estava em constante mutação. Fazendo-nos ver que o que determina o tipo de empresa é o ambiente em que ela se encontra, quanto mais instável maior a necessidade de adaptação.

Já Paul Lawrence e Joy Lorsch, também citados por Morgan, nos falam que as empresas não são totalmente mecanistas ou orgânicas, pois determinados setores precisam ser adaptados ao sistema que melhor lhe fornecer as ferramentas para seu desempenho. Percebe-se que é preciso ver as partes das empresas isoladamente e também o seu conjunto, e só então, determinar qual o melhor sistema para cada uma dessas partes, não perdendo o foco do todo, ou seja, da empresa em si e do ambiente em que ela está inserida.

Ele ainda nos fala que existem variedades de tipo conforme estudo realizado por Henry Mintzberg: a máquina burocrática, a forma departamentalizada (ambiente simples e estável, focado para produção e eficiência), a burocracia profissional (ambiente estável, tarefas complicadas), a estrutura simples e adhocracias (ambientes instáveis).

Outra teoria presente é a do Desenvolvimento Organizacional – DO, que ajuda a combinar as descobertas da teoria de sistemas e a contingencial através de uma análise mais aprofundada da organização e seu ambiente. Daí pode-se inferir que a análise pormenorizada dos subsistemas e do sistema pode nos fornecer ferramentas para possíveis soluções dos problemas encontrados, sempre levando em consideração que não podemos desviar o foco do todo, privilegiando as partes.

Mas uma vez, o autor cita Darwin (teoria da evolução) para nos falar sobre a seleção natural que existe na natureza, ou seja, os organismos que se adaptam sobrevivem e os que não conseguem se adaptar estão fadados ao fracasso, ou seja, morrer.

Já a Ecologia organizacional: a criação de um futuro compartilhado nos fala de uma tensão ou de luta com os seus ambientes. Sugere que a evolução seja sempre uma evolução de um padrão de relações que abrangem os organismos e os seus ambientes. O autor cita Kenneth Boulding “evolução envolve a sobrevivência do ajustamento e não apenas a sobrevivência do mais ajustado”.

Resumidamente podemos entender que as organizações e os seus ambientes estão engajados em um padrão de criação mútua, em que cada um produz o outro. Os ambientes organizacionais são compostos de outros ambientes e podem influenciar a natureza dos seus ambientes uma vez que interagem com outras organizações e com o meio onde estão inseridas.

Este capítulo é bastante útil para a maior compreensão das teorias já estudadas e quais os tipos de organizações que as adotam e quais as teorias que melhor se adaptam a determinados ambientes. Nessa perspectiva podemos inferir que as organizações precisam interagir entre si, num sentimento de cooperação, uma vez que o ambiente interfere nessas relações e que a cooperação pode ser uma ferramenta poderosa de sobrevivência. Estamos constantemente ouvindo falar de parcerias, e nesse sentido, percebemos a ecologia organizacional presente.

Bastante útil para administradores, estudantes e todos os seres pensantes. Seu autor, Gareth Morgan é conhecido por sua contribuição ao desenvolvimento das ciências sociais. É autor de numerosos artigos e obras. É membro do conselho editorial de vários periódicos, conferencista e professor de Ciências da Administração na Universidade de York, em Toronto, Canadá.

Trabalho apresentado a disciplina de Teoria Geral das Organizações, como atividade complementar.

10 comentários:

  1. Parabéns, Célia!
    Trabalho sucinto e objetivo que reflete bem a ideia do terceiro capítulo deste livro delicioso de Morgan.

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  2. Muito obrigada Anônimo... volte sempre!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Sintetizou de forma rápida , clara e didática o capítulo , trazendo as principais idéias do autor. Parabéns!

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  5. Feliz demais com seu comentário Anônimo... às vezes acho que peco pelo excesso de objetividade. Obrigada!

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  6. Encantada! . Um grande elogio em uma palavra. Amei!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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