Resenha
do artigo A
CONTRIBUIÇÃO DA VISÃO BASEADA EM RECURSOS PARA A PESQUISA EM CONTABILIDADE
GERENCIAL: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA, dos autores:
JÚNIOR, A. F. S; ALCADE, a. E costa, R. P. Resenha elaborada por Célia Buarque
A
teoria da visão baseada em recursos (RBV) de Barney (1991), que busca explicar
que as diferenças de rentabilidade sustentadas por um longo período de tempo
não podem ser imputadas ao ambiente externo da organização (PETERAF, 1993),
atribuindo estas diferenças aos recursos possuídos pela firma (PETERAF e
BARNEY, 2003).
Segundo
os autores a RBV tem sido empregada de forma fragmentada e pouco sistemática na
pesquisa em contabilidade gerencial. Material escasso na forma direta, mas em
grande quantidade de modo genérico.
A
base da análise bibliométrica foi a ProQuest e visa responder as seguintes
perguntas: Que tipo de contribuição a RBV pode trazer para a pesquisa em
contabilidade gerencial? Quais são os destaques da RBV no cenário mundial
(Instituições, Países e Autores)?
A
revisão da literatura aponta o trabalho de Penrose (1959) como sendo à base da
abordagem teórica da RBV. Eles argumentam que o crescimento e o sucesso das firmas
dependem do acesso e do uso efetivo de recursos heterogêneos e únicos,
divididos em três categorias, a saber: - Capital físico; - Capital humano e –
Capital organizacional.
Barney
(1991) ressalta que a fonte de vantagem competitiva sustentável de uma empresa
está pautada, principalmente, na heterogeneidade e na imobilidade de seus
recursos, desta forma eles precisam ser: valiosos; raros e não disponíveis;
imperfeitamente imitáveis e não substituíveis.
As
críticas sobre a construção teórica da RBV são: Existência de definições
imprecisas do que vem a ser recurso, entre outras. Nesse ponto a afirmação de
que ter recursos com as características acima descritas, forçosamente geraria
uma vantagem competitiva é questionável, outra que o foco é muito baseado em
análise de recursos individuais de forma estática, sem levar em conta mercados
mais dinâmicos (contingenciais).
Vários
autores defendem que a RBV (recursos) e a MBV (mercado) se completam e não se
contrapõem.
A
contabilidade gerencial refere-se ao conjunto de práticas tais como orçamento e
custeamento de produtos. De acordo com Hansen e Mowen (1997) ela constitui uma
parte do sistema contábil que se dedica às informações destinadas aos usuários
internos da organização. Conforme a pesquisa os dados apontam que os temas mais
proeminentes que tem como base a RBV foram “planejamento estratégico” e “contabilidade
gerencial”. Wernerfelt (1984) considera como uma “ferramenta econômica” usada
para determinar os “recursos estratégicos”, disponíveis para uma empresa.
Figura 1: Estágios Evolutivos da Contabilidade Gerencial FONTE: Padoveze (2004) in blog do Henrique Melo |
A
maior contribuição de produção científica em RBV vem da América do Norte (EUA)
e o principal nome é Jay Barney (Pesquisador vinculado a uma universidade
americana). Quanto aos periódicos de publicação está o Strategic Management
Journal, que contém artigos relevantes para uma ampla área de gerenciamento
estratégico.
Pode-se
concluir que o desempenho organizacional é um dos objetos de estudo de ambas as
correntes de pensamento. A RBV com ênfase no desempenho das firmas e a
Contabilidade Gerencial com o principal objetivo de mensurar o desempenho
organizacional. Sendo assim uma serve de ferramenta para alcançar (medir) os
objetivos da outra.
Embora
pareçam visualizar muito o ambiente interno e seus recursos servem como norte
para administradores buscarem um diferencial pelo bom uso deles, porém é
necessário que se leve em consideração os fatores contingenciais e o
macroambiente, nem tão fáceis de serem avaliados.
Resenha
apresentada como atividade da Base de Pesquisa do Programa de Iniciação
Científica (PROIC) Unifacex. 2012.2.