Resenha
do artigo VANTAGEM
COMPETITIVA NA VISÃO BASEADA EM RECURSOS cujo Autores são:
CARVALHO, L. F e GRZEBIELUCKAS, C. Resenha elaborada por Célia Buarque.
Trata
da conceituação e do histórico da RBV. A proposição central da RBV é que a
fonte da vantagem competitiva encontra-se, primariamente, nos recursos e
competências desenvolvidas e controladas pelas empresas e, secundariamente, na
estrutura das indústrias nos quais elas se posicionam (WERNERFELT, 1984;
PETERAF, 1993).
A
ideia de que as diferenças qualitativas das firmas possam ser atribuídas a
recursos específicos representa, também, uma ruptura com o preceito porteriano
que atribui a diferença entre elas a fatores externos. Como seu
posicionamento dentro da indústria.
Wernerfett
(1984), em seu artigo, faz um paralelo entre a visão tradicional baseada em
produtos (PORTER) e a visão baseada em recursos (PENROSE), mostrando que, nesse
caso novas perspectivas estratégicas podem ser visualizadas, principalmente
para firmas que pretendam diversificar suas atividades em outros mercados.
A
partir da década de 90, com o desenvolvimento da RBV, Barney (1991), afirma que
uma empresa possui vantagem competitiva sustentável quando é implementada uma
estratégia de criação de valor que ainda não foi praticada por nenhum dos seus
concorrentes atuais ou potenciais e, quando essas firmas são incapazes de
duplicar os benefícios desta estratégia.
Fonte: Sielo.br |
Wernerfelt
(1984) define como recursos de uma firma todos os ativos tangíveis e
intangíveis e que a ideia de explorar somente um recurso é considerada
vulnerável na proteção das forças simultâneas do mercado. A gestão estratégica,
apoiada na RBV, assume que o ambiente é dinâmico e potencialmente instável.
Justamente em função da concorrência entre as empresas e dos processos de
inovação que estas se veem obrigadas a conduzir. Uma forma de identificar os
recursos intangíveis poderia ser na denominação do que seja uma rotina (padrão
que a organização segue repetidamente para execução de um dado processo
organizacional, isto é, uma habilidade da organização).
Ao
longo de sua história, a empresa acumula conhecimento e desenvolve heurísticas
que se institucionalizam nas rotinas da empresa, abreviando cognitivamente
futuras decisões. Por outro lado, nem todas as capacidades de uma firma têm
natureza semelhante. Teece, Pisano e Shuen (1997) propuseram a abordagem das
capacidades dinâmicas que pode ser definida como a habilidade de alcançar novas
formas de vantagens competitivas – Dinâmicas: habilidade de renovar
competências e Capacidades: adaptar-se de forma apropriada. Então, capacidades
dinâmicas são como ativos chave da empresa e refletem a criatividade da
organização em obter formas novas e inovadoras que conduzam a uma situação de
vantagem competitiva, tendo em conta dependências passadas e a sua posição face
ao mercado.
Dentro
da RBV uma ênfase que também deve ser dada, refere-se ao processo de
desenvolvimento interno dos recursos, o qual Diericky e Cool (1989) denominam
por acumulação – recurso não negociáveis que são desenvolvidos e acumulados
pela firma. Esses recursos protegem contra a imitação porque possuem dimensões
tácitas e são socialmente complexos, eles surgem dos conhecimentos e
aprendizagem da organização.
Percebe-se
que para manter as vantagens competitivas as empresas precisam ter e manter em
constante inovação seus recursos, sejam tangíveis ou não. Uma tarefa nada fácil
que requer um acompanhamento e adaptação constante às mudanças e aos desafios. E
que, também, as diferentes teorias trazem vantagens e desvantagens e que é
preciso adaptá-las a realidade de cada empresa para assim ver com mais clareza,
a que melhor se adéqua.
Resenha
apresentada como atividade da Base de Pesquisa do Programa de Iniciação
Científica (PROIC) Unifacex. 2012.2.