quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Principais Blocos Econômicos e o impacto deles sobre o Brasil


Principais Blocos Econômicos e o impacto deles sobre o Brasil

Altevir Fernandes Q. Júnior (FACEX) altevir.junior@tokiomarine.com.br
Célia Regina L. Buarque de Souza (FACEX) celiabuarque@hotmail.com
Iracema Luciano de Azevedo (FACEX) iracemaluazevedo@hotmail.com
Sebastiana Barbosa de Lima (FACEX) annabarbosa2009@hotmail.com
Vilma Alves da Costa (FACEX)  vilmaalves_rn@yahoo.com.br

Resumo: O presente trabalho tem como objeto uma visão sobre os principais blocos econômicos e uma análise do impacto deles sobre o Brasil. Buscou-se referencial teórico em livro de Comércio Internacional e Câmbio, pesquisas em Revistas online entre outros. Analisou-se os dados coletados e pode-se perceber que há um aumento significativo do comércio internacional do Brasil com países da África, China e uma queda com os países da União Européia e EUA. Nas Exportações destaque para os produtos básicos 52,1%, semimanufaturados com 55,3% e manufaturados com 24,5%. Já nas Importações destaque para as categorias de bens de consumo com um acréscimo de 55%, bens intermediários de 45,6% e bens de capital 35,9%. Concluiu-se que para o Brasil houve um recorde histórico de exportação e importação para o acumulado de janeiro-maio com um melhor saldo mensal desde Junho-2009 (US$ 4,6 bilhões) com destaque para a participação de minério de ferro e petróleo nas exportações. Não há ainda efeito da crise européia nas exportações levando assim a revisão da meta de 2010 para US$ 180 bilhões de exportação. Para o Brasil o livre comércio tem se dado de forma bastante satisfatória com aumento da sua balança comercial e incrementação de novos mercados a exemplo da África e China e redução de outros como EUA e UE o que é positivo do ponto de vista da diversificação de mercado.

Palavras-chave: Blocos Econômicos; Comércio Internacional; Brasil
1 Introdução
O presente trabalho tem como foco uma visão sobre os principais blocos econômicos e uma análise do impacto deles sobre o Brasil. Utilizou-se para a coleta de dados a modalidade de pesquisa bibliográfica e visitas a sites especializados de Comércio Internacional. Para maior compreensão do tema se fez uma breve passagem pela história para compor o cenário onde surgiu a necessidade da criação desses blocos.
Após a Segunda Guerra Mundial surgiu à necessidade de ampliar fronteiras e buscar novos mercados e então se precisou criar mecanismos para que esses objetivos fossem alcançados, dentre outras medidas, a criação dos Blocos Econômicos que de acordo com MUNDO VESTIBULAR (2010) se pode definir como sendo (figura 1):

Associações de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si. [...] Na América se destacam o Nafta, o Mercosul e, em menor grau, o Pacto Andino e o Caricom; na Europa, a UE e a Comunidade dos Estados Independentes (CEI); na África há o SADC; na Ásia, o Asean. Também está em fase de implantação o bloco transcontinental Apec, que reúne países da América e da Ásia, e continuam as negociações para a formação de um bloco abrangendo toda a América, o Alca.

BLOCOS ECONÔMICOS NO MUNDO


Figura 1: Blocos econômicos no mundo
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Regional_Organizations_Map.png

Com a globalização a competição entre os países ficou muito acirrada levando-os a buscarem parceiros na tentativa de maximizar e multilateralizar o comércio internacional sabedores que diante do novo cenário só os mais fortes sobrevivem. Esses acordos apresentam as seguintes vantagens segundo RATTI (2000): “Isenção ou redução do imposto de importação [...] não são todos os produtos que gozam dessa regalia”. Cabe ao país participante determinar quais os produtos que têm tratamento preferencial e suas particularidades. Essas interdependências dos países desses blocos fazem com que fiquem vulneráveis a crises existentes nos membros participantes, por outro lado, o contrário também acontece, o sucesso comercial pode refletir em seus associados.
O primeiro bloco econômico segundo JÚNIOR (2010) aparece na Europa em 1957 chamado de CEE – Comunidade Econômica Européia considerado o embrião da atual União Européia. Nos anos 90 é fortalecida a tendência de regionalização da economia com o desaparecimento dos dois grandes blocos da Guerra Fria liderados pelos Estados Unidos e União Soviética estimulando assim a globalização.


2. Principais Blocos e o impacto sobre o Brasil
De acordo com o MUNDO DO VESTIBULAR (2010) Os blocos econômicos com maior destaque são: UE - União Européia: Tem sua origem em 1957 na antiga CEE - Comunidade Econômica Européia. Em 1991 é aprovado em Maastricht (Holanda) o Tratado da União Européia, em 1992 consolida-se o Mercado Comum Europeu, com a eliminação de barreiras alfandegárias entre os países membros. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República, Romênia e Suécia. Macedônia, Cróacia e Turquia se encontram em fase de negociação. Estes países são politicamente democráticos, com um Estado de direito em vigor. Com essa nova configuração a União Européia passa a contar com uma população de quase 500 milhões de pessoas, 20 línguas oficiais, o PIB (Produto Interno Bruto) em 2004 de aproximadamente 12,6 trilhões de dólares, superior ao PIB americano (11,5 trilhões de dólares), tornando-se o maior bloco econômico do planeta.
NAFTA - North American Free Trade Agreement: O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um instrumento de integração das economias dos EUA, do Canadá e do México, Iniciado em 1988 por norte-americanos e canadenses, o bloco recebe a adesão dos mexicanos em 1993. Com ele, consolida-se o intenso comércio regional da América do Norte. O Nafta entra em vigor em janeiro de 1994, com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países membros, Canadá, EUA e México.
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul: Criado em 1991. Em 1995, instala-se uma zona de livre comércio, situação em que cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. O Mercosul cuja estrutura física e administrativa esta sediada em Montevidéu, tem um mercado potencial de 220 milhões de consumidores e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Deve-se considerar também que, no decorrer do século 21, a água será um elemento estratégico essencial, e neste caso é importante destacar que dentro do Mercosul estão as duas maiores bacias hidrográficas do planeta: a do Prata e a da Amazônia. O Mercosul tem como atuais membros Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela.
ASEAN - A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na Tailândia, com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimento da região. Hoje, o bloco representa um mercado de 510 milhões de pessoas e um PIB de 725,3 bilhões de dólares. A eliminação das barreiras econômicas e alfandegárias entrará em vigor no ano 2002. Em 1999, a Asean admite como membro o Camboja. Membros - Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia(1967), Brunei (1984), Vietnã (1995), Mianmar, Laos (1997), Camboja (1999).
CARICOM - O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom), criado em 1973, é um bloco de cooperação econômica e política formado por 14 países e quatro territórios. Em 1998, Cuba foi admitida como observadora. O bloco marca para 1999 o início do livre comércio entre seus integrantes. Membros - Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); Suriname (1995); Bahamas torna-se membro em 1983, mas não participa do mercado comum. O Haiti é admitido em julho de 1997, porém suas condições de acesso ainda não foram concluídas. Territórios: Montserrat (1974); ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999).
Segundo a WIKIPÉDIA (2010), o outro Bloco Econômico em destaque é o  SACU- A União Aduaneira da África Austral (UAAA), também conhecida pela sigla em inglês SACU (Southern Africa Customs Union) é uma união aduaneira de cinco países do sul de África. A UAAA é a união aduaneira mais antiga do mundo ainda em vigência (a exemplo do já extinto Zollverein alemão de 1834 que precedeu a unificação do território da atual Alemanha). Foi criada em 1910 como Acordo de União Aduaneira entre a então União da África do Sul e no Alto Comissariado dos Territórios Bechuanaland, Basutoland e Suazilândia. Com o advento da independência destes territórios, o acordo foi atualizado e em 11 de Dezembro de 1969, foi relançado como UAAA com a assinatura de um acordo entre a República da África do Sul, Botswana, Lesoto e Suazilândia. O sindicato, oficialmente atualizado, entrou em vigor em 1 de Março de 1970. Após a independência da Namíbia da África do Sul em 1990, entrou para a UAAA como o seu quinto membro. O seu objetivo consiste em manter o livre intercâmbio de mercadorias entre os países membros. Ele prevê uma pauta externa comum e uma política comum imposta pela pauta aduaneira comum para esta zona. Todas as alfândegas e os impostos recolhidos na área aduaneira comum são pagas na África do Sul revertendo para o Fundo Nacional de Receita. A receita é partilhada entre os membros, de acordo com uma fórmula de partilha de receitas, tal como descrito no acordo. A África do Sul é o depositário. Apenas Partes dos Estados-Membros são calculadas com a África do Sul para receber o residual. As receitas constituem uma parte substancial da receita do estado dos países membros.
Apresentou-se os dados econômicos para o impacto dos blocos econômicos frente ao Brasil para visualização através de tabelas e se pode perceber que, segundo o MIDC (2010) a meta de exportação para 2010 é de US$ 180 bilhões o que equivale a +17,6% sobre 2009 revelando que houve um recorde histórico de exportação (Tabela 1) e importação para o acumulado de janeiro-maio (Tabela 2); Melhor saldo mensal desde Junho-2009 (US$ 4,6 bilhões); Destaque para a participação de minério de ferro e petróleo nas exportações (Tabela 3).; Não há ainda efeito da crise européia nas exportações.

TABELA 1: Pode-se perceber um aumento significativo de exportação para a África de 37,2%
e uma queda de 15,9% para os EUA.
Fonte: MDIC - Balança Divulgação Maio Final 2010

TABELA 2: Pode-se perceber um aumento significativo das importações oriundas da Ásia de 28,0%
para 30,4% e uma queda dos produtos oriundos dos EUA 17,9% para 15,0% e da União Européia
de 23,1% para 21,5%.
Fonte: MDIC - Balança Divulgação Maio Final 2010
TABELA 3: Pode-se perceber um aumento significativo das importações oriundas da Ásia de 28,0%
para 30,4% e uma queda dos produtos oriundos dos EUA 17,9% para 15,0% e da União Européia
de 23,1% para 21,5%.
Fonte: MDIC - Balança Divulgação Maio Final 2010
Importações por categoria de uso em Maio-2010/2009, cresceram as categorias de bens de consumo (+55%), sendo +75,9% de bens duráveis (automóveis: 72,5%, Argentina, Coréia do Sul e México), combustíveis e lubrificantes (+47,9%, por conta do aumento do preço de petróleo e de quantidade/preço de diesel, gás e carvão), intermediários (+45,6%) e bens de capital (+35,9%). Já para as exportações e os fatores agregados apresentam os presentes dados: Comparação Maio-2010/2009: destaque nos básicos => petróleo (+175%, US$ 1,7 bi), minério de ferro (+160%, US$ 2,2 bi), carne bovina (+46%, US$ 455 mi), café em grão (+19%, US$ 322 mi) e carne de frango (+17,5%, US$ 470 mi); semimanufaturados => alumínio em bruto (+219%, US$ 114 mi), celulose (+102%, US$ 402 mi), couros e peles (+65%, US$ 156 mi), e açúcar em bruto (+57%, US$ 773 mi); e manufaturados => máquinas e apars. p/terraplanagem (+225%, US$ 123 mi), óxidos e hidróxidos de alumínio (+224%, US$ 150 mi), veículos de carga (+118%, US$ 133 mi), laminados planos (+76%, US$ 133 mi), óleos combustíveis (+61%, US$ 304 mi), autopeças (+56%, US$ 301 mi), aviões (+39%, US$ 283 mi), automóveis (+40%, US$ 368 mi), e bombas e compressores (+28%, US$ 117 mi).

3 Conclusão
Conclui-se que o comércio internacional tem se intensificado no mundo inteiro e que os Acordos Internacionais de Comércio é a mais moderna das relações econômicas sendo até maior que os blocos. No passado, e até atualmente, os países se associam aos seus parceiros regionais para criarem blocos e assim se mostrarem fortalecidos diante dos gigantes existentes. Essa realidade pode vir a mudar como forma de ser criado um livre comércio internacional, quando alguns países abrirem mão dos protecionismos que hoje utilizam. Para o Brasil o livre comércio tem se dado de forma bastante satisfatória com aumento da sua balança comercial e incrementação de novos mercados, a exemplo da África e China e redução de outros como EUA e UE o que é positivo do ponto de vista da diversificação de mercado. Só o futuro dirá se isso virá a ser realidade vai depender, basicamente, da competência e visão macroeconômica dos gestores desses países.

REFERÊNCIAS
JÚNIOR, Wilson Fernandes Bezerra. Comércio Internacional e os Blocos Econômicos. Disponível em: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/251.pdf. Acessado em 12.10.2010.
MIDC. Balança Divulgação Maio Final 2010. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br
/sitio/interna/index.php?area=5?. Acessado em 12.11.2010.

MUNDO DO VESTIBULAR. Disponível em: . Acessado em 12/11/2010.

RATTI, Bruno. Comércio Internacional e câmbio. 10ª. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000.

WIKIPÉDIA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Regional_Organizations_Map.png. Acessado em 12.11.2010.


Trabalho apresentado a disciplina de Análises Econômicas II no 4º período.

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